Interser #5 | Processos genocidas e etnocidas: por que não olhamos? (com Helena Palmquist)

Para a presente edição do Interser, temos a alegria de receber a jornalista e antropóloga Helena Palmquist. A Helena defendeu em 2018 a dissertação de mestrado “Questões sobre genocídio e etnocídio indígena: a persistência da destruição” na Universidade Federal do Pará. Este texto, que pode ser acessado gratuitamente online, como toda a produção feita pela universidade pública brasileira, foi a base da nossa conversa.

Além de discutir o caso brasileiro – que não foi relegado ao passado, mas segue sendo praticado em pleno 2020, inclusive na resposta do atual governo à pandemia da covid –  a Helena nos falou também sobre a origem e vários casos que exemplificam os conceitos de genocídio e etnocídio.

Nossa aspiração é que uma conversa sobre estes fatores sem os quais não ocorrem genocídios – discursos de desumanização, racismo, proibição de práticas culturais, havendo também, ao menos no caso do Brasil, um avanço sobre as terras, atualmente por parte do agronegócio e da mineração – nos estimule não apenas a denunciar, mas a efetivamente avançar na construção, de baixo para cima, de um mundo cujos habitantes que não presumam que há apenas um modo de vida possível, que não busque assimilar a todo custo (para explorar) tudo aquilo que é diferente. Que nosso olhar saiba ver pessoas onde quer que haja pessoas, humanas e não-humanas.

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O título do episódio faz referência à uma frase na dissertação da Helena: “Os processos genocidas e etnocidas não são nunca silenciosos, são silenciados, escondidos, negados […] São silenciosos para quem não está interessado em escutar.”

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Referências e sugestões

Helena Palmquist, Questões sobre genocídio e etnocídio indígena: A persistência da destruição. Dissertação de mestrado, UFPA, 2018.

Filmes: Piripkura, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge, e Martírio, de Vincent Carelli.

Para acompanhar APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Face, Twitter), COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Face, Twitter), Arpin-Sul – Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Face, Twitter).

Episódio do ótimo podcast Viracasacas, “Dono é quem desmata”: bolsonarismo, grilagem e florestas em chamas, com Helena Palmquist e Luísa Molina.

Para quem tem Twitter, a Helena e a Luísa também são ótimas fontes para seguir por lá sobre questões indígenas. A Luísa criou uma lista de arrobas indígenas para seguir.

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