#35 Pandemias no Brasil: coronavírus e desigualdades (com Buba Aguiar)

Desde que o novo coronavírus apareceu, pela necessidade e urgência de colocar toda nossa energia coletiva para salvar o máximo de vidas, muitos aspectos de como vivíamos se revelaram claramente. As certezas sobre o que era “realista” fazer no campo econômico vieram abaixo e rapidamente muitos de nós passamos a falar da necessidade de um plano de renda básica para a população mais vulnerável. O delírio de nossa forma individualista de pensar se mostrou ainda mais evidente: só estaremos seguros se os outros estiverem precavidos e igualmente seguros.

Ainda há quem ache que “a economia não pode parar”, que “o Brasil não pode parar”, como se estimular a ampliação da circulação não fosse matar um número imenso de pessoas e destruir mais ainda a própria economia. Nosso legado mal resolvido da escravidão e da ditadura, por exemplo, combinados com a exploração de um sistema econômico altamente desigual, criam um cenário em que os habitantes das periferias brasileiras estão desproporcionalmente mais expostos aos riscos do covid-19.

É para refletir sobre este cenário que convidamos uma das muitas pessoas que estão com a mão na massa e lidando há tempos com as causas destes problemas estruturais. Estamos falando de Buba Aguiar, 27 anos, militante do coletivo Fala, Akari, da zona norte do RJ, e que também é patologista e estudante de ciências sociais. A Buba nos falou sobre como ela e os demais membros de seu coletivo estão agindo para combater o avanço do coronavírus nas favelas e também refletiu sobre problemas mais amplos, como o racismo estrutural, a desigualdade econômica, os problemas de saneamento básico da região.

Convidamos você a ouvir o relato da Buba com o coração aberto e reconhecendo ainda mais nossa interdependência.

Como bônus ao programa, você pode acessar o relato dela sobre violência policial no contexto de uma reflexão mais ampla sobre a intersecção da trajetória dela com a de Marielle Franco, que estava se engajando em relação a este problema no Acari no período em que foi assassinada.

Para saber mais e apoiar o coletivo Fala Akari:

https://pt-br.facebook.com/QuilomboAcari/

https://www.instagram.com/coletivofalaakari/

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